O estado do Mato Grosso do Sul entra para a história do cinema nacional com o início das gravações de Quando a gente se encontrar, primeiro longa-metragem local com orçamento de R$ 1 milhão, financiado pela Lei Paulo Gustavo, e dirigido por uma mulher. À frente da produção está a cineasta e dramaturga Ligia Tristão Prieto, diretora criativa do Grupo Casa Produções – Coletivo de Artistas.
Com filmagens previstas para junho nas cidades de Campo Grande e Bonito, o projeto marca um divisor de águas no audiovisual sul-mato-grossense. Além do ineditismo em termos de financiamento e direção, o filme chama atenção por sua equipe técnica e artística, composta majoritariamente por mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, todas com forte ligação com o Estado.
A roteirista e diretora Ligia Tristão Prieto já carrega em sua trajetória a força de quem constrói cinema com afeto, crítica e coragem. Responsável pelos curtas-metragem Eleonora e Na Sombra da Chuva, Ligia assina seu primeiro longa-metragem.
O projeto começou a ser escrito em 2020 e desde então vem sendo desenvolvido por meio de encontros criativos, utilizando o método autoral “Escuta da Criação”, criado por Ligia. O processo acaba sempre sendo colaborativo: cada integrante contribui com sua vivência, corpo e memória para a composição de uma dramaturgia viva, plural e profundamente conectada com o presente. Nesse processo, o roteiro conta também com a orientação de Pedro Reinato – renomado profissional paulista, roteirista e coordenador pedagógico na Roteiraria –, que orienta as práticas narrativas para a escrita do longa-metragem.
A equipe é formada por Ligia Tristão Prieto (direção e produção executiva), Jéssica Santos (direção de fotografia e produção executiva), Arthur Henrique (jurídico), Gabriella Thais (produção geral), Leonardo Sales (direção de arte), Leonardo de Medeiros (2º assistente de direção e ator), Dayane Bento (figurino), Natan Fox ( 1º assistente de direção), Lethícia Rodrigues (continuista), Livia Lopes (preparação de elenco), Marcelo Henrique (assistente de elenco), Mariana Castelar (produtora e assessoria de imprensa), Ana Serrou (assistente de produção), Vini Rocha (assistente de produção), Marithê do Céu (assistente direção de fotografia, still e assessoria de imprensa), Fernando Averaldo (operador de câmera, gaffer e logger), Thiago Costa (operador de câmera, 2° assistente de câmera e making off), Érika Oelke (assistente de arte), Madu Artie (assistente de arte), Rafael Mareco (cenógrafo), Mayara Rocha (assistente de figurino), Fannyah Martins (assistente de figurino), Emy Santos / Afro Queer (maquiagem), Beatriz Guardiano (assistente de maquiagem), Bibi Gonçalves (assistente de maquiagem), Marcela Deniz (cabelo), Carina Bordalo (assessoria de imprensa SP), Sofepoar (redes sociais), Kaique Andrades (redes sociais), Kiara Kido (redes sociais), Vini Ferreira (designer gráfico), Rayane Cardoso (designer gráfica), Leonardo de Castro (som) e Laura Cristina (assistente som direto). A produção envolve mais de 130 profissionais, todos escolhidos com foco na valorização da diversidade, da mão de obra regional e da qualidade artística. Um time diverso, potente e comprometido com uma narrativa que ultrapassa a tela e ecoa no modo de fazer cinema.
Quando a gente se encontrar é um retrato sensível e contemporâneo de encontros humanos, afetos e permanência – temas que dialogam com as realidades de muitas regiões brasileiras fora do eixo Rio-São Paulo. Ao decidir filmar integralmente no MS, o projeto reafirma a potência da produção fora dos grandes centros e amplia o mapa do cinema nacional.
Além de ampliar a representatividade nas telas e bastidores, o longa consolida o Grupo Casa Produções como uma das forças emergentes do audiovisual brasileiro. O coletivo, que atua há mais de uma década em projetos ligados à arte, cultura e formação, aposta na produção local como ferramenta de transformação e visibilidade.
Quando a gente se encontrar é mais do que um filme: é o anúncio de um novo tempo para o audiovisual sul-mato-grossense. Um tempo onde mulheres dirigem, coletivos constroem e histórias nascem da escuta, do chão e do afeto. Este é um momento histórico não apenas para o Mato Grosso do Sul, mas para o cinema feito por mulheres no Brasil.