O mês de janeiro já trouxe uma preocupação crescente para Mato Grosso do Sul: o registro de casos de dengue tipo 3 (DENV-3). Embora o município de Três Lagoas tenha sido o primeiro a confirmar três infecções dessa cepa, o aumento de casos em diversas cidades está sendo monitorado com atenção pelas autoridades de saúde do Estado. O sorotipo, que não circulava na região há mais de 15 anos, é uma preocupação devido à alta suscetibilidade da população.
De acordo com dados do Setor de Endemias da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Três Lagoas, o aumento no número de casos de dengue foi notável em janeiro de 2025. Foram registrados 98 casos, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2024, sendo 8 deles confirmados.
Em todo o Estado, até o dia 30 de janeiro de 2025, o número de casos notificados de dengue chegou a 1.133, com 253 casos confirmados, conforme o boletim epidemiológico da SES/MS (Secretaria de Estado de Saúde). Já o Ministério da Saúde informou que, em 2024, foram registrados 12 casos de dengue tipo 3 no estado, e até o momento, em 2025, já foram identificados seis novos casos.
Segundo a SES/MS, nos últimos 14 dias, Selvíria registrou alta incidência de dengue, já Inocência e Pedro Gomes obtiveram uma média incidência de casos.
Falta de imunidade
Em entrevista ao Jornal O Estado, o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz, alertou sobre o risco crescente com a circulação do sorotipo 3. “Esse sorotipo não circulava no estado há mais de 10 anos, o que é preocupante, pois a população não tem imunidade contra ele. Caso esse sorotipo se torne predominante, podemos ter um aumento de casos graves”, explicou o especialista.
Ele também destacou que o controle do mosquito Aedes aegypti e a qualificação da rede de saúde continuam sendo as estratégias mais eficazes. “A prevenção é fundamental, e o manejo adequado dos casos graves é crucial para evitar complicações”, acrescentou Croda.