A partir de 1º de novembro, Campo Grande passará a contar com 212 faixas monitoradas por radares eletrônicos, em uma das maiores expansões de fiscalização de trânsito já realizadas na Capital. A medida, anunciada pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), promete aumentar a segurança viária e reduzir acidentes, mas também provoca críticas sobre o possível caráter arrecadatório da ação e a falta de transparência nos critérios de instalação dos equipamentos.
Segundo a Prefeitura, os radares entram em operação em fase educativa durante os primeiros 15 dias, período em que não haverá multas. Após essa etapa, 63 novos pontos também passarão a ser fiscalizados, ampliando o cerco eletrônico em diversas regiões da cidade.
A Agetran defende que os novos radares são fundamentais para disciplinar o trânsito e proteger vidas, principalmente em locais com histórico de acidentes. Entretanto, muitos motoristas e especialistas em mobilidade urbana enxergam o projeto com desconfiança, questionando a real efetividade da medida e a ausência de campanhas educativas mais amplas.
“É importante reduzir a velocidade, mas a Prefeitura precisa ser clara quanto ao destino da arrecadação das multas e aos critérios técnicos que justificam cada ponto de radar”, afirma um engenheiro de tráfego ouvido pela reportagem.
Os equipamentos de nova geração também terão funções múltiplas, registrando avanço de sinal vermelho, parada sobre a faixa de pedestres, conversões irregulares e até veículos com licenciamento vencido. Para a administração municipal, o sistema representa um avanço tecnológico; para parte da população, um sinal de endurecimento punitivo sem diálogo com o cidadão.
O desafio, segundo especialistas, está em conciliar fiscalização e conscientização, de modo que o uso dos radares seja visto como ferramenta de segurança — e não apenas como mais uma forma de penalizar o motorista.











