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“Quatro Luas Pantaneiras” entra em fase de produção

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Após meses de pré-produção, chegou a hora de botar o pé na estrada e o barco na água e dar início às filmagens do documentário sul-mato-grossense Quatro Luas Pantaneiras.

A equipe deixou Campo Grande no dia 7 de maio rumo à região do Paiaguás, onde começaram as captações, e irá passar depois pelo Amolar, ParaguaiMirim e Albuquerque. É lá que vivem as personagens dessa história. O longa-metragem irá retratar a vida de quatro mulheres reais, “pantaneiras-raiz”, que nasceram, cresceram e fizeram morada no coração do Pantanal, lançando um olhar sensível e potente sobre suas trajetórias. As fases da Lua dão o tom da narrativa, guiando simbolicamente a construção dos quatro blocos que compõem o filme.

A Lua é personagem silenciosa no céu escuro do Pantanal. Uma força invisível, porém pulsante, luminosa, imensa, que regula com sutileza os ritmos que mantém o bioma vivo: o ciclo das águas, o comportamento dos bichos, as crenças e rituais humanos. Como quem reflete o próprio Sol, ela também rege o relógio cada vez mais imprevisível da natureza.

Com seus 200 mil quilômetros quadrados, o Pantanal se estende pelos territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto o bioma Pantanal abrange cerca de 620 mil quilômetros quadrados e alcança partes do Paraguai e da Bolívia. Como maior área alagada do mundo, o Pantanal desempenha um papel fundamental na estabilização do clima e na sustentação da vida no planeta, o que lhe rendeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco. Esse cenário de dimensões continentais tem enfrentado a maior seca das últimas quatro décadas.

O desmatamento para exploração agrícola nos planaltos de entorno facilita a expansão do fogo, que tem devastado a região. Até a virada do ano 2000, o bioma Pantanal era o mais preservado do mundo, com cerca de 80% de sua cobertura original. Para se ter uma ideia, o Pantanal abriga 325 espécies de peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves, 159 mamíferos e 3,5 mil espécies de plantas (Fonte: Imasul – Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Entrelaçando temas como força da mulher, identidade, trabalho, lazer, sonhos, vaidades, desafios, e os impactos profundos das mudanças climáticas no ecossistema pantaneiro, Quatro Luas Pantaneiras é um rico mergulho nas belezas, riquezas e mistérios do Pantanal.

Um Doc Sobre Mulheres Feito Por Mulheres

Além de retratar o universo feminino, Quatro Luas Pantaneiras tem uma equipe composta majoritariamente por mulheres. Começou em 2003, com uma ideia das profissionais e amigas Ana Carla Loureiro, diretora de audiovisual, e Linda Benitez, produtora cultural. O que era pra ser um livro, um filme e uma coletânea de fotografias ficou adormecido por mais de duas décadas, e ressurge agora na forma de documentário, com roteiro e direção geral de Ana Carla Loureiro, jornalista sulmato-grossense que atua há mais de 20 anos com documentários institucionais e campanhas de marketing político nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, e que estreou sua primeira produção audiovisual independente em 2023, com o documentário “A Alma da Nossa Música – Marcelo Loureiro”, viabilizado pelo Fundo de Incentivo à Cultura de 2022.

A direção de fotografia será da gaúcha Wlacyra Lisboa, pioneira entre as mulheres brasileiras na produção audiovisual sobre natureza e ecologia. Wlacyra é também a primeira repórter cinematográfica do país, contratada pela Globo Rio. Integrou projetos como “Terra Azul”, série de Paula Saldanha veiculada pela TV Manchete que retratou os diversos ecossistemas brasileiros; fez SBT Realidade, com Ana Paula Padrão, série que retratou a Cuba pós renúncia de Fidel Castro; assinou a fotografia de Destino Brasil – Teatro e Cinema, série apresentada por José Wilker no Canal Brasil; e fez a direção de fotografia do documentário Piranhas – True and Myth (EUA); em 2015, Wlacyra Lisboa ganhou o prêmio The Exposure Documentary Awards, do Museu do Louvre, em Paris.

Por detrás das câmeras, estão Elis Regina Nogueira e Kojiroh. Elis Regina é jornalista e fotógrafa sul-mato-grossense, diretora do documentário “Sabores sem Fronteiras” (em produção). Dirigiu a série “Rota Gastronômica Pantaneira” e o documentário “Cozinha Lugar de Saberes e Sabores”. Fez still e making of nos filmes “Olho Nu”, de Joel Pizzini, “Em Nome da Lei”, de Sérgio Rezende, “Cabeça a Prêmio” de Marco Ricca e “Brava Gente Brasileira”, de Lúcia Murat. Kojiroh, videomaker e fotógrafo sul-mato-grossense, fez direção de fotografia da série de TV “Mitos Vivos”, e dos longas “Do Sul, a vingança!” e “Do Sul, Mato Grosso do Sul!”, de Fábio Flecha, além de pilotar a câmera em “A Alma da Nossa Música – Marcelo Loureiro”, de Ana Carla Loureiro, e Lendas Pantaneiras, também de Flecha. Na direção de produção, Rogério Elton Hermes, proprietário da Cist, produtora à frente do projeto, que também participou da produção de “A Alma da Nossa Música – Marcelo Loureiro”, atuou no Festival de Inverno de Bonito 2023, nas transmissões do carnaval de Campo Grande 2024 e 2025 e produziu o DVD da dupla Marcos e Adriano, entre outros projetos. Na pesquisa de personagens e produção local, em Corumbá e no Pantanal, está Bianca Machado, que fez a produção local de “Brava Gente Brasileira”, “Cabeça à Prêmio”, de Marco Ricca, de “As Marias”, de Dannon Lacerda, e produção geral do curta Vípuxovuko, de Anderson Terena e Dannon Lacerda.

O som direto será executado por Adriano Jara; a assistência de câmera é de Liel Gaeth; direção de arte por Luciana Duailibe e assessoria de comunicação e redes por Thamara Rezek. Incentivo à Cultura Quatro Luas Pantaneiras é uma realização da produtora Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, viabilizada com recursos da Fundação de Cultura de MS, Governo de MS, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Conta ainda com apoio da Pantanal Film Commission. Como contrapartida, foram realizadas duas palestras bate-papo com a diretora de fotografia do documentário, Wlacyra Lisboa, franqueadas ao público, nos dias 5 e 6 de maio na UFMS e Uniderp, voltadas para profissionais, estudantes das áreas de comunicação e produção audiovisual e para mulheres interessadas na produção de vídeos. Com 70 minutos de duração e filmado em resolução 6K, o longa tem estreia prevista para o segundo semestre de 2025 em Campo Grande e Corumbá.

O Projeto Quatro Luas Pantaneiras – Termo de Execução Cultural no 1287/2024, Lei Complementar no 195/2022, Decretos no 11525/2023 (decreto Lei Paulo Gustavo) e 11.453 (decreto de fomento) – também prevê a oferta de exibições com palestras em escolas de cidades pantaneiras.

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