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Papa Leão 14 recebe presidente Lula e a primeira-dama Janja no Vaticano

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o papa Leão 14 na manhã desta segunda-feira (13), madrugada no Brasil, no Vaticano. Fontes da diplomacia brasileira classificaram o encontro como “leve e produtivo”.

Durante as conversas, Lula teria, em um gesto de aproximação com o papa, dito que os dois agora “já eram amigos”, segundo um interlocutor ouvido pela reportagem em caráter reservado.

Além de Lula, estiveram presentes no encontro a primeira-dama Janja, os ministros Mauro Vieira, Wellington Dias e Paulo Teixeira, o embaixador do Brasil junto ao Vaticano, Everton Veira, entre outros.

Em um primeiro momento, teriam se reunido apenas o pontífice, Lula e a primeira-dama, em uma conversa a portas fechadas. Posteriormente, se juntaram os ministros Mauro Vieira, Wellington Dias e Paulo Teixeira, o embaixador do Brasil junto ao Vaticano, Everton Veira, e outros membros da delegação.

Inicialmente a audiência seria tratada como uma visita de Estado, mas, poucas horas antes do encontro, a Santa Sé informou ao governo brasileiro que haveria apenas uma reunião privada, sem todas as honras endereçadas a outros líderes mundiais.

Segundo um membro do Ministério de Relações Exteriores brasileiro, a decisão de mudar o programa foi do Vaticano e foi comunicada sem muitas explicações.

Com a alteração, autoridades da diplomacia da Santa Sé, como o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, não estiveram presentes. Uma visita privada também geralmente significa que temas de caráter público e estatal não são tratados.

Ainda assim, o presidente brasileiro disse ter falado com o pontífice sobre “religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo”.

Como de costume, Lula e Leão 14 também trocaram presentes. O chefe de Estado recebeu uma placa, feita à mão em baixo-relevo de prata e pintada com esmaltes a fogo, representando a Mãe do Bom Conselho.

Já Lula deu ao pontífice um quadro do artista Waxamani Mehinako, com grafismos indígenas mehinako.

Segundo adiantaram fontes da diplomacia brasileira à BBC News Brasil antes mesmo da audiência com o papa, temas como justiça social, meio ambiente, defesa da paz e da democracia e inteligência artificial (IA) estariam entre os que poderiam ser discutidos entre Lula e Leão 14.

Em uma postagem em suas redes sociais, o presidente confirmou as expectativas.

Lula indicou ainda que Leão 14 não poderá comparecer à COP 30 em Belém, em novembro, mas disse que o pontífice deseja ir ao Brasil em algum momento.

“Ficamos muito felizes em saber que sua Santidade pretende visitar o Brasil no momento oportuno. Será muito bem recebido, com o carinho, o acolhimento e a fé do povo brasileiro”, escreveu Lula.

O atual papa é o quarto pontífice a se reunir com o presidente brasileiro. Durante seus três mandatos, Lula foi recebido no Vaticano pelos papas João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco.

A última ida do presidente brasileiro para Roma foi em abril deste ano, para participar do velório de Francisco, que faleceu em 21 de abril, aos 88 anos.

Lula viajou a Roma desta vez para participar do Fórum Mundial da Alimentação, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que acontece nesta semana. Ele discursa ainda nesta segunda-feira na conferência.

O encontro com o papa vinha sendo costurado há alguns dias pelo governo brasileiro, que queria aproveitar a passagem por Roma para uma visita ao Vaticano. A agenda de Leão 14, porém, estava disputada por conta do fórum organizado pela FAO.

O evento leva diversos chefes de Estado e representantes de governos estrangeiros a Roma, muitos dos quais pedem para se reunir com o papa.

O pontífice não costuma receber visitantes no Vaticano tão cedo na manhã, mas teria aberto uma exceção diante do grande número de solicitações e do pedido do Brasil, segundo interlocutores da diplomacia brasileira.

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