Uma nova conexão entre oceanos — com potencial para reduzir em até 25% o tempo de entrega de mercadorias entre continentes — começa a ganhar atenção no cenário global. Trata-se da Rota Bioceânica, um projeto de integração logística que liga o Brasil aos portos do Chile, passando por Paraguai e Argentina, e que agora desperta o interesse de um dos maiores mercados do planeta: a Índia.
O projeto, já bem conhecido dos sul-mato-grossenses por sua relevância estratégica, foi apresentado oficialmente ao mercado indiano durante a missão institucional e empresarial liderada pelo Governo de Mato Grosso do Sul, que visita o país asiático em busca de novas parcerias comerciais e investimentos privados.
Segundo o governador Eduardo Riedel, que lidera a comitiva, a missão tem como principal objetivo mostrar à Índia o enorme potencial de integração comercial que a Rota representa — não apenas para o Brasil e a América do Sul, mas também como um novo corredor estratégico entre a Ásia e o Atlântico Sul.
“Chegamos hoje de madrugada e já tivemos um dia extenso, com agendas importantes que deram o tom da perspectiva comercial que temos entre Índia e Mato Grosso do Sul. A Índia é um país que vem crescendo a taxas enormes, assim como o nosso Estado, e possui uma população gigantesca, com várias complementariedades empresariais,” destacou Riedel.
A Índia, que ultrapassou recentemente a China como o país mais populoso do mundo, vive um período de forte expansão econômica, sendo considerada um dos motores do crescimento global nas próximas décadas. Seu interesse em soluções logísticas mais rápidas e econômicas se alinha ao que a Rota Bioceânica propõe: redução de custos logísticos, otimização de tempo e acesso facilitado aos mercados latino-americanos.
Durante a missão, a comitiva sul-mato-grossense visitou, entre outros compromissos, a sede da Mahindra, uma das maiores fabricantes mundiais de tratores e equipamentos agrícolas. Na ocasião, as autoridades apresentaram o projeto da Rota Bioceânica como um diferencial logístico crucial para exportações, importações e instalação de futuras plantas industriais voltadas ao mercado sul-americano.
“Todos ficaram impressionados com as possibilidades que se avizinham, de um novo eixo de trânsito de bens e mercadorias. Sem dúvida nenhuma, será extremamente importante para nosso Estado e para o Brasil”, completou Riedel.
A Rota Bioceânica não é apenas uma promessa logística: ela representa um novo paradigma de integração regional, que fortalece o papel de Mato Grosso do Sul como hub logístico e produtivo da América do Sul. Ao atrair o olhar de potências como a Índia, a Rota também se consolida como uma alternativa viável e eficiente para o comércio internacional, beneficiando diretamente setores como o agronegócio, indústria, tecnologia e infraestrutura.
A missão segue até a próxima semana, com agendas previstas em outras cidades indianas, aprofundando o diálogo com o setor privado e ampliando as possibilidades de cooperação econômica entre os dois países.