Ney Matogrosso voltou a falar sobre sua passagem pelo Secos e Molhados e detalhou os conflitos que levaram ao fim do grupo em 1974. Em entrevista nesta última segunda-feira (8) ao podcast “Só se for Agora”, comandado pelo locutor Jorge Perlingeiro, o cantor relembrou o início conturbado da carreira solo e os desentendimentos com os outros integrantes.
Segundo Ney, a principal motivação para o rompimento da banda, que durou apenas dois discos, foi financeira. “Nós nos desentendemos, a questão era dinheiro. Porque o nosso acerto inicial era assim: que todo dinheiro que entrasse seria dividido entre os três igualmente. Isso no tempo do romantismo, né? E quando a coisa começou a acontecer, não foi isso”, explicou.
O cantor ainda relatou que pediu um pagamento maior, justificando que era ele quem se expunha nos palcos com performances ousadas. “Eu disse: ‘Não, como é que não é isso?’ ‘Ah, não, não sei o quê’. Eu disse: ‘Tá bom, então vocês me paguem um pouquinho mais, porque sou eu que fico ali pelado me requebrando, né?’ ‘Ah, não, não pode isso’. ‘Tá bom. Então tá. Vocês sigam a vida de vocês, eu vou seguir a minha’”, disse ele.
O ex-vocalista também explicou que sua saída não significou apenas o fim de uma fase artística, mas o início de um período de liberdade criativa. A história do cantor e do grupo, que marcou profundamente a década de 70, será contada no enredo da Imperatriz Leopoldinense no Carnaval de 2026, celebrando a trajetória e a influência cultural de Matogrosso e do Secos e Molhados.