O estado de Mato Grosso do Sul registrou um crescimento de 9,5% no superávit da balança comercial em janeiro deste ano, atingindo US$ 529 milhões, conforme dados da Carta de Conjuntura Comércio Exterior, divulgada ontem (10) pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
As exportações também apresentaram alta de 0,9%, totalizando US$ 739 milhões no período. O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo setor de celulose, que liderou a pauta exportadora do estado, respondendo por 53,3% do total, o equivalente a US$ 394,1 milhões.
Setores exportadores: crescimento da indústria e retração na agropecuária
Os dados da Semadesc indicam um crescimento expressivo da Indústria de Transformação, que registrou alta de 51,9% em valor e 47,8% em volume exportado.
Por outro lado, o setor agropecuário sofreu uma forte queda de 86% em movimentação e 85,7% em volume, enquanto a Indústria Extrativa também recuou 25,3% em rendimento.
Apesar disso, a categoria de outros produtos surpreendeu, apresentando um salto de 11.411% na receita e 3.232% em volume exportado.
A economista Bruna Mendes, coordenadora de economia da Semadesc, destaca o desempenho sólido do estado no cenário exportador.
“O constante superávit comercial destaca a capacidade econômica do estado. As exportações aumentaram de US$ 383,4 milhões em 1997 para US$ 10,6 bilhões em 2023, com um avanço significativo a partir de 2005 na série histórica”, afirmou.
Política de desenvolvimento reflete no aumento das exportações
O secretário de Estado, Jaime Verruck, atribui os resultados positivos à estratégia de crescimento adotada pelo Governo do Estado.
“O balanço de exportações de Mato Grosso do Sul começa a refletir toda a política de desenvolvimento industrial e agroindustrial do Governo Riedel. Tivemos um avanço expressivo nas exportações da agroindústria e da indústria de transformação, com um crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano passado”, destacou.
A cadeia da celulose teve papel fundamental nesse crescimento, especialmente com o início das atividades da nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A China segue como principal destino das exportações sul-mato-grossenses, com 41% do total exportado.
Cidades que mais exportaram
Três Lagoas liderou o ranking das cidades exportadoras, com 31,1% de participação, registrando um crescimento de 30,8% em relação a 2024.
Ribas do Rio Pardo ficou em segundo lugar, com 25,1% de participação, destacando-se pelo impressionante crescimento de 5.933% em relação ao ano anterior.
Campo Grande aparece na terceira posição, com 6,5% do total exportado.
Principais destinos das exportações
China – 41,7% do total exportado (segue como principal parceiro comercial do MS).
Itália – aumento de 245,5% em relação a 2024.
Bangladesh – crescimento expressivo de 497,2% no mesmo período.
Portos utilizados para exportação
Porto de Santos – principal saída das exportações do estado, com 60,4% do total exportado em janeiro de 2025.
Porto de Paranaguá – segunda principal via, com 20,9% de participação.
“O Porto de Santos ganha destaque nesse período antes do início da safra de soja. O aumento das exportações tem reflexo direto no crescimento do PIB do Mato Grosso do Sul, que tem previsão de 4,4% ao ano”, avaliou Jaime Verruck, titular da Semadesc.
Importações registram queda de 15,7%
Enquanto as exportações cresceram, as importações tiveram uma redução de 15,7%, somando US$ 209 milhões. O principal item importado foi o gás natural, liquefeito ou não, que representou 46,5% da pauta de importações, mas apresentou retração de -20,1% em comparação a janeiro de 2024.