Duas mães procuraram a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) na segunda-feira (9) para registrar boletins de ocorrência contra um instrutor de um centro de treinamento militar voltado a adolescentes, em Campo Grande. As denúncias foram feitas por suas filhas, ambas de 12 anos, que relataram episódios de abuso durante as atividades na instituição.
Segundo elas, a criança decidiu contar o que havia acontecido após ouvir relatos semelhantes de colegas de turma. Os abusos teriam ocorrido durante o período de internato e, de acordo com a família, foram comunicados à direção da escola, mas nenhuma providência foi tomada até o momento.
Uma das vítimas começou as atividades no local no semestre passado. Segundo a tia dela, auxiliar de vendas, 35 anos, o profissional aproveitava os momentos de aulas práticas para passar a mão nos seios da menina.
A mãe da mesma menina, 30 anos, contou que a filha relatou que durante as aulas, o treinador ficava muito próximo das alunas. “Quando ia dar instrução apoiava a mão no peito dela, propositalmente, puxava pela cintura. Minha filha falou que tentava tirar a mão e ele não tirava. As meninas relataram que o jeito dele agir é o mesmo. As outras três vítimas não sabemos se contou para os pais”, disse a mulher.
A vítima contou que decidiu relatar os fatos a mãe a tia após se sentir incomodada com o comportamento do instrutor. “Ele me dá aula desde o ano passado, mas foi esse ano que os abusos começaram”, disse.
Segundo a jovem, o objetivo do centro de treinamento é formar adolescentes que querem seguir carreira militar. No local é oferecidas aulas de reforço, português, matemática, inglês e também treinamento para quem quer passar em concurso. “Tem o TFM (Treinamento de Formação Militar) basicamente o que tem no Exército, só que mais leve”.