A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, enviou na noite desta quarta-feira (04), o Projeto de Lei nº 41, de 4 de dezembro de 2024, que dispõe sobre a adequação da estrutura da administração direta e indireta do município. Entre as mudanças, está a extinção da Secretaria de Cultura, que faria parte da pasta da Educação.
O presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, divulgou um vídeo nas redes sociais dizendo que a categoria não foi chamada para nenhuma discussão sobre o assunto, foram surpreendidos pelo Projeto de Lei e são contra a extinção da pasta da Cultura, e sua vinculação na Educação.
“Nós defendemos, como educadores, o fortalecimento da cultura e da educação pública. Também defendemos a autonomia da cultura, do investimento, do desenvolvimento, assim como da educação pública, valorizada e de qualidade. Já entramos em contato com o Gabinete da Prefeita, com a secretaria municipal de educação e esperamos em breve que essa discussão seja ampliada e que a gente consiga fazer o melhor para a cultura e a educação de Campo Grande, onde cada um tem seu papel, devido a importância e a relevância dessas duas pastas. Nós não abrimos mão da autonomia, da valorização e da política efetiva da educação pública e da cultura”.
Falando sobre a falta de diálogo, o presidente do Fórum Cultural de Campo Grande, Vitor Samudio, diz que a notícia foi recebida com muita surpresa, que não será aceita, e que não houve qualquer conversa sobre possíveis mudanças.
“Incluir a cultura na educação é um retrocesso de décadas. São pastas completamente distintas, ambas com seus protagonismos. A pasta da cultura trata de assuntos muito importantes, como por exemplo, o patrimônio. Reduzir a cultura a um setor de educação ou diminuir a pasta da cultura é muito ruim sobretudo para a cidade porque a cultura perdendo seu protagonismo, todas as pautas que diz respeito a ela, não só as atividades, mas a questão econômica, acaba se enfraquecendo”.
Também contra a extinção da pasta, o presidente da Liga das Escolas de Samba (Lienca), Alan Catharineli, diz que ninguém os procurou para debater, conversar e que souberam da notícia através da mídia.
“Isso esta causando um dissabor entre as escolas de samba. A cultura em Campo Grande tem que ser valorizada, independente. A educação é uma pasta tão enorme, tão grande, como vai acumular uma secretaria de tanta importância e com tantos artistas que temos? Nós somos contra essa reforma. Vivemos em uma Capital então ter essa independência na cultura é muito importante”.
A assessoria da Prefeitura de Campo Grande foi procurada, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.