Levantamento realizado pelo UOL revelou que a média salarial de conselheiros em Mato Grosso do Sul foi de R$ 76,6 mil por mês no ano passado. O valor é o triplo, por exemplo, do que recebem conselheiros do Amazonas, e duas vezes mais do que os conselheiros de Rondônia (R$ 29,3 mil); Mato Grosso (R$ 30,8 mil); Santa Catarina (R$ 31,6 mil), entre outros.
Os salários dos conselheiros de Mato Grosso do Sul são maiores do que a renda de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), R$ 31 mil, que deveria servir de teto para a remuneração deles. Todavia, os conselheiros recebem adicionais que fazem a renda subir e muito.
A reportagem consultou o portal da transparência do TCE e constatou que em novembro do ano passado, por exemplo, Flávio Kayatt, que ainda não era presidente do TCE, recebeu R$ 107,5 mil. Foram 37,5 mil de salário (líquido), somados a R$ 70.565,12 de outros rendimentos, que não tem nem desconto de imposto de renda.
O então presidente, Jerson Domingos, recebeu R$ 105 mil, sendo R$ 43,5 mil de salário líquido e R$ 61,5 mil de outros rendimentos. O outro conselheiro que sobrou, Márcio Monteiro, recebeu R$ 107 mil, sendo R$ 36,7 mil de salário líquido e R$ 69,5 mil de outros rendimentos.
O ex-presidente do TCE, Waldir Neves, um dos afastados do tribunal pela Polícia Federal, recebeu R$ 39,7 mil. Foram 29,8 mil de salário comum e R$ 9,9 mil de outros rendimentos.
O salário ainda deve aumentar mais, porque neste mês os deputados aprovaram projeto que reajusta a remuneração em 89%, passando de R$ 22 mil para R$ 41 mil.
Se comparado aos outros estados, o Mato Grosso do Sul está em oitavo lugar entre os maiores salários. Em primeiro está Roraima, com R$ 164,4 mil de média, seguido por Distrito Federal (R$ 158,4 mil); Paraná (133,1 mil); e Rio Grande do Norte (111,4 mil).