Dois incidentes ocorridos em menos de 10 dias levantaram um grave alerta para a prática perigosa de empinar pipas com linha com cerol, mistura cortante, muitas vezes feita com vidro moído e cola, aplicada nas linhas para disputar “combates” no ar. O uso desse tipo de linha é crime e coloca vidas em risco, como mostram os registros recentes em nosso município.
O primeiro caso ocorreu no dia 14 de julho. Moradores denunciaram a presença de diversas linhas com cerol espalhadas pelas ruas e postes próximos à quadra da grama sintética, região frequentemente usada por crianças para brincadeiras. “Acordei cedo pra cuidar das éguas e me deparei com linhas de cerol pra todo lado, penduradas até nos postes de iluminação. Passa uma criança e corta o pescoço, não tem como saber de quem foi, mas é um risco muito sério”, relatou um morador da região.
Na noite dessa terça-feira (22), uma criança deu entrada na Unidade Básica de Saúde (UBS) com corte no pescoço provocado por linha com cerol. O caso aconteceu na região da Praça de Eventos, local de grande circulação de pessoas, inclusive famílias com crianças.
Apesar de não ter sofrido ferimentos graves, o caso reforça a gravidade da situação. “Foi por pouco. Poderia ter sido uma tragédia”, relatou um servidor da saúde que presenciou o atendimento.
O uso de cerol ou linha chilena (ainda mais cortante) é proibido por lei em diversos municípios e estados, inclusive com aplicação de multas e apreensão do material. Além dos danos a terceiros, motociclistas são as principais vítimas fatais deste tipo de prática.