Terenos Carregando...

Artigo: O glitter que reluz e ilumina a cultura também joga luz à economia

Facebook
WhatsApp
Telegram
Threads

O glitter que reluz e parece eterno na pele. A música que não deixa os pés quietos. As fantasias que desafiam a criatividade. A reunião festiva de amigos. Esses elementos tão presentes no carnaval emolduram a verdadeira representatividade dessa festa. O carnaval de rua de Campo Grande tem se consolidado como um dos maiores eventos culturais do Centro-oeste, reunindo milhares de foliões em uma celebração marcada pela alegria, inclusão e expressiva movimentação econômica. Com a participação de aproximadamente 100 mil pessoas nos dias de folia, a festa se destaca não apenas como uma manifestação da cultura popular, mas também como um importante vetor de desenvolvimento econômico para o município.

Os blocos carnavalescos e as escolas de samba são os grandes protagonistas, promovendo a diversidade e a riqueza cultural do evento. Blocos tradicionais como “Farofolia”, “As Depravadas”, “Cordão Valu” e “Capivara Blasé” arrastam multidões pelas ruas, resgatando marchinhas e promovendo a interação entre diferentes públicos. Já as escolas de samba, com seus desfiles temáticos, encantam os espectadores com enredos que exaltam a história, a cultura e as tradições regionais. Além do entretenimento, os blocos e escolas desempenham um papel fundamental na preservação da identidade cultural de Campo Grande, fortalecendo laços com a comunidade e incentivando novas gerações a se envolverem com a arte e a música carnavalesca.

No caso dos blocos, a novidade no carnaval 2025 foi a organização do evento que ficou a cargo do Aglomerado de Blocos Carnavalescos de Campo Grande (ABC do Carnaval), uma entidade que reúne os principais blocos e que foi fundamental para a construção de um projeto junto ao poder público para captação de recursos. Essa iniciativa foi responsável pela realização de um carnaval planejado e de sucesso.

Entretanto, a importância do carnaval de rua de Campo Grande vai além da festa. De acordo com o Clube de Diretores Lojistas da cidade, a expectativa de investimentos no período alcançou a marca de R$ 24 milhões. Esse montante reflete o impacto positivo no comércio, na rede hoteleira, nos serviços de alimentação e no setor de transportes. Pequenos empreendedores, ambulantes e trabalhadores temporários também são beneficiados, aproveitando a alta demanda gerada pelo evento. O aumento do fluxo de turistas aquece a economia local, tornando o Carnaval uma peça-chave no calendário econômico da capital sul-mato-grossense.

Outro destaque do carnaval de rua de Campo Grande é a segurança. Os índices de violência registrados em 2025 durante o evento foram baixos, resultado de um planejamento eficiente e da atuação integrada das forças de segurança pública, dos blocos carnavalescos e da Liga das Escolas de Samba. O trabalho preventivo garantiu que o evento ocorresse de forma tranquila, permitindo que foliões de todas as idades pudessem curtir com liberdade e segurança. Campanhas de combate à violência contra a mulher foram massivamente difundidas entre a população e o carnaval da cidade morena foi um apelo à paz.

Além disso, esse evento tão popular reafirma sua característica inclusiva e democrática. O evento acolhe todas as pessoas, independentemente de classe social, gênero ou idade, promovendo um ambiente de respeito e diversidade. Blocos com temáticas voltadas para a acessibilidade e a participação de diferentes grupos sociais tornam a festa ainda mais representativa.

O carnaval de rua de Campo Grande se firma como um dos principais eventos culturais e econômicos do Mato Grosso do Sul. Com um público expressivo, forte impacto econômico e baixos índices de violência, a festa é um símbolo de celebração popular, garantindo não apenas momentos de alegria, mas também benefícios concretos para a comunidade e para a economia local. Mais do que uma festividade, o carnaval de Campo Grande é um patrimônio cultural e um motor de desenvolvimento e precisa ser olhado com atenção e respeito por tudo que representa.

Eliane Nobre –  Jornalista, documentarista e produtora cultural

Compartilhar: