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Em Anastácio e Paraíso das Águas, 19 trabalhadores foram resgatados de trabalho análogo à escravidão

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Vários trabalhadores foram resgatados de trabalhos análogos à escravidão e em situação de tráfico internacional de pessoas, em duas propriedades rurais de Anastácio e Paraíso das Águas. O flagrante aconteceu durante fiscal realizada entre os dias 19 e 23 de maio pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS).

Em Paraíso das Águas, a fiscalização constatou o crime de tráfico internacional de 16 trabalhadores, 14 deles paraguaios e dois nacionalizados brasileiros, e entre eles dois adolescentes, cujo trabalho rural é proibido.

A primeira propriedade já havia sido diligenciada na semana passada pelos auditores fiscais do trabalho. Na ocasião, foram encontrados indícios da presença de trabalhadores, como roupas e documentos pessoais, porém, eles não teriam sido localizados. Ao ser questionado, o gerente da fazenda negou a presença de qualquer trabalhador no local.

Em nova diligência, já no dia 21 de maio, foi possível apurar que ele havia determinado aos empregados que se escondessem no mato para evitar o flagrante, conforme os depoimentos coletados pelo procurador do Trabalho.

Os trabalhadores eram contratados, sem registro em carteira, para realizar diversas atividades na propriedade, que atua na criação de gado de corte, recebendo uma diária de R$ 80. A cada três meses, podiam retornar ao país de origem, com as passagens de ida e volta custeadas. O empregador também fornecia Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e alimentação.

Já na zona rural de Anastácio, três trabalhadores foram resgatados, no dia 19 de maio. Durante a fiscalização, constatou-se que, além dos trabalhadores que realizavam atividades no campo, havia uma equipe que anteriormente atuava na reforma de uma ponte e, no momento do flagrante, realizava a instalação de cercas em um corredor da propriedade.

Essa equipe estava na fazenda há cerca de três meses, sob a responsabilidade de um dos trabalhadores resgatados, contratado diretamente pelo proprietário da fazenda.

Constatou-se, ainda, que os trabalhadores estavam alojados em condições inadequadas, uma vez que o empregador não permitiu que ficassem junto aos demais empregados da fazenda.

No local, havia energia elétrica, mas não existiam instalações sanitárias adequadas: os trabalhadores precisavam tomar banho no Rio Engano e realizar as necessidades fisiológicas no mato. Além disso, o trabalhador responsável pela equipe não dispunha de condução própria, sendo obrigado a fretar um veículo para seus deslocamentos.

O empregador fornecia apenas carne para a alimentação da equipe, item que não era cobrado, enquanto os demais mantimentos eram custeados pelos próprios trabalhadores.

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