O Ministério Público Eleitoral avalia que existem provas robustas da compra de votos nas eleições de 2024 e opinou pela procedência de ação para cassar a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e a vice-prefeita, Camilla Nascimento de Oliveira (PP). Além de perder os mandatos, elas correm o risco de ficarem inelegíveis por oito anos, conforme parecer do procurador regional eleitoral, Luiz Gustavo Mantovani.
O parecer faz parte da investigação judicial eleitoral protocolada no ano passado pelo PDT e pelo Democracia Cristã. Eles também denunciaram a progressista por abuso de poder econômico de autoridade com viés religioso, abuso de poder político e abuso ao disseminar informações falsas contra a adversária, Rose Modesto (União Brasil).
Em primeira instância, apesar das provas juntadas aos autos, o pedido foi julgado improcedente pela juíza Denize de Barros Dodero, da 036ª Zona Eleitoral. O DC e o PDT recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral. O relator é o juiz Alexandre Antunes da Silva. O parecer do procurador eleitoral foi anexado na última quarta-feira (26).
Voto custou R$ 100
Conforme a denúncia, houve provas com pagamento por meio de PIX e gravação de vídeos sobre a compra de votos por assessores de Adriane. No Bairro Aero Rancho, cerca de 200 veículos foram reunidos em um campo de futebol, onde o coordenador da campanha teria repassado R$ 100 para cada veículo adesivado com a campanha pela reeleição da atual prefeita.
Em outro caso, houve reunião no Parque dos Laranjais, onde os participantes receberam R$ 100 cada para votar na progressista. Sebastião Martins Vieira testemunhou que recebeu R$ 400 pelo trabalho e R$ 2 mil para a compra de votos do assessor da prefeita identificado como Darci. O valor foi distribuído entre os moradores do Bairro Caiobá. Houve comprovante do pagamento via PIX por assessores nomeados no gabinete de Adriane, que depois foram distribuídos entre os eleitores que se dispusessem a votar na prefeita.